O Último voo do flamingo
☼Introdução sobre o
autor
Mia Couto nasceu
na cidade de Beira em Moçambique (em 1955), trabalhou como jornalista.
Foi militante da
Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique-década de 1960), movimento de
caráter revolucionário e socialista/ comunista (marxista e leninista), cujo
objetivo era libertar o país da dominação portuguesa.
Hoje o autor não
tem ligações com grupos políticos, atuando como professor e biólogo.
☼Resumo
Apesar de ter como contexto histórico uma das mais cruéis
realidades de Moçambique, o livro é bem-humorado e cheio de histórias
fantásticas perpassadas pela crença de um povo. O livro é suspense: logo no
começo já nos deparamos com um mistério: um pênis avulso. Assim mesmo! Um
membro fálico sem o devido dono. Mais um boina-azul (soldado da ONU enviado a
Moçambique para a “manutenção da paz”) havia explodido e a única coisa encontrada
era o membro avultado.
A autoridade local então contrata o italiano Massimo Risi
para investigar as explosões e o tradutor de línguas e costumes para
acompanhá-lo. Sendo o tradutor também o narrador, vamos investigar junto com
dupla se os boinas-azuis morrem-se ou se foram mortos. E com eles conheceremos
personagens singulares como Temporina, que, tendo sido amaldiçoada, tem corpo
de menina e rosto de velha; Ana Deusqueira, prostituta local que, sendo
conhecedora dos atributos masculinos da região, é chamada para tentar
identificar “a parte pelo todo”, ou seja, é chamada para tentar dar nome ao
dono do membro; o pai do narrador-tradutor Sulplício e muitos outros.
☼Linguagem
Usando de metáforas, ironia, humor, e muita cultura da
África (que se converte em realismo animista), Mia Couto nos traz uma obra
intrigante, mas ao mesmo tempo doce, bem-humorada e política. Figuras de
linguagem, neologismos, uma mulher que morre e vira louva-a-deus, um homem que
antes de dormir pendura seus ossos na árvore, o estrangeiro em África, o
africano em estrangeiro e, por fim, o último voo do flamingo.
☼Livro
A época do livro
seria entre 1992 e 1994, quando o exército da ONU entra em Moçambique para
acabar com as guerras civis constantes, inclusive entre os dois principais
grupos políticos, Frelimo e Renamo, e estabelecer a paz.
O livro tem
caráter extremamente literário, mas com fundo político.
Tudo começa um
mistério: os militantes da ONU estão explodindo, só sobrando o pênis e o
capacete azul, nessa trama aparecem diversos personagens como o investigador
enviado pela ONU, Máximo Rizi, um italiano, para quem nosso narrador personagem
vai servir de tradutor e a prostituta da cidade Ana Deusqueira, trazendo humor
irônico e debochando das autoridades de Tizangara (cidade).
Nesse meio existem
personagens fantásticos, por exemplo, Temporina que tem rosto de velha e corpo
de jovem, engravidada pelo investigador estrangeiro em sonho, Tia Hortênsia a
qual morreu e virou Louva-deus, a mãe do narrador que é cega apenas para o
filho com o qual fica de mãos dadas esperando o último Flamingo voar nos finais
de tarde.
Assim o livro toma
um universo onírico, mas ao mesmo tempo fica clara a perspectiva do autor de,
com o livro, apresentar a situação de não-identidade de Moçambique, com uma
linguagem livre junto com o "animismo africano".
Um livro essencial
para quem quer conhecer literatura africana, deliciar-se com um livro original
ou por puro amor à cultura de modo geral.
"Matar o
patrão? Mais difícil é matar o escravo que vive dentro de nós. Agora, nem
patrão nem escravo."
Fonte : (http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_41359.html)
(http://quecorralavoz.com/livros/qclv-literaria-o-ultimo-voo-do-flamingo/)
Fonte : (http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_41359.html)
(http://quecorralavoz.com/livros/qclv-literaria-o-ultimo-voo-do-flamingo/)
Muito legal sua postagem, me ajudou a esclarecer algumas dúvidas. Parabéns!
ResponderExcluirFico feliz que tenha ajudado, foi com esse intuito que fizemos o blog. Obrigada pelo comentário.
ExcluirBeijoos!